Depois de um silêncio de quase três dias, o presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) concedeu, na tarde dessa terça-feira (01/11), um breve pronunciamento aos jornalistas presentes no saguão do Palácio do Planalto, em Brasília. Após a derrota nas eleições presidenciais para o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente agradeceu pelos mais de 58 milhões de votos que recebeu e comentou as manifestações que acontecem em várias rodovias federais por todo o país.

“Eu quero agradecer aos mais de 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro, também quero comentar dos atuais movimentos populares, que são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral desse ano. As manifestações devem ser pacíficas e sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população com invasões de propriedades e destruição de patrimônio”, declarou o presidente.

Bolsonaro também lembrou das grandes batalhas e desafios enfrentados em seu governo. “O cerceamento do direito de ir e vir deve ser preservado e defendido. Hoje, declaro que a direita surgiu de verdade em nosso país, que será fortemente representada no Congresso Nacional. Nossa força com os valores de Deus, Pátria, Família e Liberdade estão formando diversas lideranças pelo Brasil e o nosso sonho segue mais vivo do que nunca, pela Ordem e pelo Progresso mesmo enfrentando todo um sistema”, relatou o chefe do executivo federal.

Finalizando seu pronunciamento, Bolsonaro também criticou a censura nos meios de comunicação e lembrou da sua luta e de seu juramento em defender a Constituição do Brasil.“Superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra e sempre fui rotulado como antidemocrático, ao contrário dos meus acusadores eu sempre joguei dentro das 4 linhas da Constituição, nunca falei em controlar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.

O presidente também considerou consolidada sua posição de liderança e defendeu a continuidade do fortalecimento do movimento conservador no país. “É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica e a liberdade religiosa, assim também a liberdade de opinião a honestidade e as cores verde amarela da nossa bandeira. Muito obrigado a todos”, finalizou o presidente, saindo logo em seguida sem conceder entrevista aos vários jornalistas presentes no Palácio do Planalto.

Após o pronunciamento do presidente, o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PL), tomou a palavra e declarou que, com a autorização do presidente Bolsonaro, o processo de transição governamental deverá ter início na quinta-feira (3). “O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou quando for provocado com base na lei, de iniciarmos o processo de transição com a presidente do PT. Segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD), como chefe das ações. Aguardamos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, disse Ciro, que assim como o presidente saiu rapidamente sem dar mais declarações aos jornalistas presentes.