A Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional decidiu, durante uma reunião entre os membros do grupo, nesta terça-feira (7), em Brasília, que os deputados Eli Borges (PL) e Silas Câmara (Republicanos-AM) devem alternar a liderança do cargo de presidente do grupo de deputados durante o biênio 2023/2024.
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O acordo firmado entre as partes, define que cada um vai comandar a frente por 6 meses, em alternância, começando pelo Deputado Eli Borges. O acordo foi intermediado pelos deputados Cezinha de Madureira (PSD), que presidiu a frente em 2021, e Sóstenes Cavalcante (PL), líder da bancada no ano passado. O anúncio da harmonia entre os deputados foi feito durante o 1° culto da bancada em 2023. “Tudo nesta Casa é feito com política […] Houve aquilo que mais existe no Parlamento: um acordo entre as lideranças”, disse Cezinha.
Segundo Cezinha, uma das condições do acordo foi o compromisso de que a frente não teria posicionamento de “embate” com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Houve ali uma preocupação de embate. Nesse momento nós precisamos colocar paz. Dentro desse acordo, nós deixamos isso claro: que não queremos embate no Congresso Nacional. A nossa prioridade é manter a paz independente da cor partidária do governo”, declarou.
Embora o acordo seja de não confrontar o governo Lula, Eli Borges, escolhido para presidir o 1º semestre de 2023, disse que manterá uma relação “respeitosa” com o governo petista, mas sem renunciar a temas sobre “vida, família e liberdade”.
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Um dos objetivos em especial da frente parlamentar será o de “monitoramento das comissões” em que tramitarem textos de interesse do segmento evangélico. Eli também afirmou que a bancada ainda deve se reunir nesta quarta-feira (8) para escolher os novos integrantes da diretoria.
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Entendendo o caso
A tensão para a escolha da nova presidência ocorreu após a frente ter anulado a eleição realizada em 2 de fevereiro, onde o deputado Silas Câmara foi elei. Historicamente a frente parlamentar, desde que foi criada, sempre decidiu o seu comando por acordo, mas neste ano um embaraço entre Eli Borges e Silas Câmara levou o grupo a convocar eleições e decidir o destino da bancada no voto.
No entanto, o pleito, foi anulado após problemas no registro no sistema da Câmara dos deputados que poderiam votar. A cada nova legislatura, a inscrição no grupo temático precisa ser renovada.
Outra assembleia havia sido convocada para o dia 15 de fevereiro, porém após o acordo, o evento foi cancelado. Os congressistas assinaram um “ato de acordo de conciliação fraternal” para formalizar a decisão. “[Será em] um semestre um [presidente] e um semestre o outro, nos 2 anos. Depois, em 2025, Deus vai levantar alguém”, disse Sóstenes.Criado em 2003, o grupo teve grande importância durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Agora no governo Lula, a frente teme a perda de espaço no Congresso Nacional. O deputado e ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos) conduziu um sermão no culto antes do anúncio oficial da decisão colegiada. Ele é bispo da Igreja Universal do Reino de Deus.