Opinião
Dr. Diego Cavalcante

OPINIÃO

Sem regime e sem dieta

A disputa pela presidência do Senado federal recebe uma peculiar atenção devido ao acúmulo com a presidência do Congresso Nacional, dirigindo pautas importantíssimas, por exemplo, o julgamento das contas do Presidente da República.


No dia de ontem (01/02/2023) ocorreu a eleição para a presidência da mesa do Senado Federal e da Câmara dos Deputados e os resultados não foram diversos daqueles esperados em um cenário político tão agitado, terminando com a vitória do Senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o Deputado Arthur Lira (PP), eleitos para o biênio 2023/2024.

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Constitucionalmente, o dia primeiro de fevereiro do primeiro ano da legislatura foi definido como sessão preparatória, ou seja, quando os Congressistas eleitos tomam posse e votam na composição da mesa diretora, momento em que a temperatura nos bastidores da política nacional sobe de maneira exponencial.

A disputa pela presidência do Senado federal recebe uma peculiar atenção devido ao acúmulo com a presidência do Congresso Nacional, dirigindo pautas importantíssimas, por exemplo, o julgamento das contas do Presidente da República, a aprovação dos relatórios sobre execução dos planos de governo entre outras competências exclusivas do Congresso Nacional listadas no Art. 49 da CRFB/88.

Por esses motivos, durante o mês de janeiro, os atores  do cenário político nacional não pouparam calorias com tantos cafés, almoços e jantares, regados a muitas tratativas pela disputa da mesa diretora de cada uma das casas, iniciando o ano político sem seguir nenhuma dieta e quebrando qualquer regime com uma agenda tão cheia de comilanças, sendo o mês de janeiro do primeiro ano da legislatura marcado pelos acertos e conchavos típicos de um federalismo de coalisão, em que os restaurantes da capital brasileira servem de álibi para a definição dos nomes a serem apoiados.

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Podemos então concluir que a composição definida nessa última quarta-feira no âmbito nacional em decisão já esperada, diferentemente do que ocorreu do cenário estadual (AM), em que a chapa capitaneada pelo Deputado Roberto Cidade (União Brasil) foi aclamada pelos seus pares, as eleições das mesas diretoras ocorreram de maneira favorável ao Planalto. Esse resultado já era apontado como previsível pelos críticos e os cientistas políticos, ao testemunhar inúmeras tratativas na capital federal.