A Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, encaminhou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma denúncia que indica uma possível interferência por parte do presidente da República, Jair Bolsonaro, na Polícia Federal (PF), no caso da prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, por supostos esquemas de corrupção no Ministério da Educação (MEC).
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A denúncia partiu do deputado Israel Batista (PSB-DF) depois do vazamento de uma ligação entre Milton Ribeiro e sua filha, onde o ex-ministro afirmou que Bolsonaro teria lhe relatado ter tido um “pressentimento” de que o mesmo seria alvo de uma operação da PF de busca e apreensão.
“Segundo o próprio Ministério Público, há elementos que indicariam a possibilidade de vazamento das apurações no caso, com possível interferência ilícita por parte de Jair Bolsonaro. Prova disso, é que, segundo veiculado, o MPF requerer o envio de auto circunstanciado ao Supremo apontando indício de interferências ilícitas nas investigações policiais e judiciária”, afirma Batista na denúncia.
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Na decisão, Carmem Lúcia considera grave a acusação e encaminha à PGR pedindo manifestação por parte do órgão. “Considerando os termos do relato apresentado e a gravidade do quadro narrado, manifeste-se a Procuradoria-Geral da república”, escreveu a Ministra.
“O presidente não tem nada a ver com as gravações”, afirmou o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wasseff. A denúncia aguarda agora a manifestação da PGR, embora a decisão de instaurar uma investigação seja do Ministério Público.