Em visita ao Uruguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se reuniu nessa quarta-feira (25), em Montevidéu, com o presidente Luis Alberto Lacalle Pou, para tratar de acordos que envolvem a China e o Uruguai. O encontro vem em meio à oposição brasileira ao acordo de livre comércio entre o país asiático e o sul-americano.
Lula entrou nas discussões entre os dois países na tentativa de desaconselhar o presidente uruguaio na formalização do acordo bilateral. O presidente brasileiro fez promessas ao presidente uruguaio de que irá propor uma reforma no Mercosul, concluir o acordo com a União Europeia e, em seguida, negociar o livre comércio com a China.
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Os empresários brasileiros temem um acordo bilateral entre Uruguai e China, onde o resultado desse pacto traga inúmeros produtos chineses, inundando o Brasil e os outros países do Mercosul beneficiados através de uma tarifa zero de importação.
Porém, países como o Paraguai, e o próprio Uruguai pressionam pela redução da Tarifa de 13% da TEC – Tarifa Externa Comum do Mercosul, em média, para facilitar acordos com outros países e blocos, com uma tarifa de 4% em média.
A proposta era também a posição do Brasil no governo do então presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), onde sob a pressão dos três países (Brasil, Paraguai, Uruguai), fizeram com que a Argentina concordasse em reduzir a TEC em 10%, ou seja, para um número próximo de 11,7%. Em contrapartida, o Brasil havia se comprometido a reduzir mais 10%, aproximando-se assim dos 10%.
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Contudo, com o novo governo brasileiro a situação é incerta. Com a proximidade de Lula com o presidente argentino, Alberto Fernández, tem ideias equivalentes sobre o protecionismo econômico dos dois países. Porém, Lula ainda não declarou ou falou sobre tratativas do novo governo na questão da redução da TEC, segundo interlocutores.
No entanto, Lula, demonstrou sua disposição para discutir com o Uruguai uma reforma do Mercosul. O chefe do executivo brasileiro defendeu publicamente a conclusão do acordo Mercosul-União Europeia, cujas negociações foram reativadas pelos europeus, sendo que os temas discutidos nesse acordo estão as preocupações com a ligação entre as commodities brasileiras e o desmatamento da Amazônia.
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Lula já havia firmado compromisso com a proteção da floresta, onde pretende remover esse obstáculo, onde em parte esconde interesses protecionistas da Europa. Ou pelo menos essa é a visão do Brasil. “O que eu disse ao presidente Lacalle e aos meus ministros é que nós vamos intensificar as discussões com a União Europeia e vamos firmar esse acordo para que a gente possa discutir apenas um possível acordo entre China e Mercosul, e eu acho que é possível.” Lula continuou dizendo que, “apesar de o Brasil ter na China o seu maior parceiro comercial e de o Brasil ter um grande superavit com a China, nós queremos sentar enquanto Mercosul e discutir com nossos amigos chineses um acordo entre Mercosul e China.”