Um fato chamou a atenção dos Amazonenses nessa semana, quando o presidente eleito anunciou a indicação de, até agora, 21 ministros de seu novo governo. O vice-presidente eleito e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), será o novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A pasta que Alckmin irá gerir também abrange o controle da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O político paulista tem um histórico de combate ao modelo Zona Franca, quando o mesmo era titular do governo de São Paulo.
Continua depois da Publicidade
Apesar das garantias dadas por Lula de que o modelo Zona Franca de Manaus (ZFM) não seria perseguido politicamente, a indicação do ex-governador de São Paulo para a pasta que abriga a Suframa, no mínimo, acende um sinal de alerta nas instituições que fazem parte do setor industrial do Amazonas.
O vice-presidente, a princípio, não era a primeira opção de Lula para este Ministério. Porém, o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, que não aceitou o convite, com o intuito de se dedicar à Federação.
Alckmin, quando foi governador do estado de maior produção industrial do país, decretou medidas protecionistas à indústria paulista, sendo que tais iniciativas enfraqueceram a competitividade da nossa Zona Franca (ZFM), promovendo uma verdadeira guerra fiscal entre os amazonenses e paulistas no Supremo Tribunal Federal (STF).
Continua depois da Publicidade
A questão da guerra fiscal entre os estados da federação ao longo dos anos, principalmente nos anos 90, tiveram o intuito de atrair investimentos privados ou de retê-los em seus territórios, revisitou, problemas aos quais o país tem enfrentado nas economias dos governos municipais. Por falta de meios de regulação capazes de atenuarem seus impactos negativos, durante anos as relações entre os estados têm sido abaladas, resultando em um desequilíbrio na economia do Brasil na totalidade.
Continua depois da Publicidade
Trazendo o jogo para o “nosso estádio”, o Amazonas tem recebido constantes ataques sobre o modelo criado nos anos 60, com o intuito de desenvolver a região Norte do Brasil, (particularmente o estado do Amazonas), que ao perder o monopólio da produção da sua principal riqueza, a “Borracha”, foi mergulhado em um poço sem fundo de problemas estruturais e econômicos. Geraldo Alckmin será a maior autoridade no setor industrial, ficando apenas abaixo do presidente da República.
Porém, para que o modelo Zona Franca seja viável para o Amazonas, é preciso que sejam aplicados “incentivos fiscais” (isenção de impostos) que possibilitem a vinda do capital privado e a possibilidade da geração de fomentos e consequentemente empregos na região. Essa forma de política econômica vem atraindo adversários de peso, como o estado de São Paulo, que tradicionalmente é industrial, e vê suas produções prejudicadas pelo benefício concedido ao Polo Industrial de Manaus.
Porém, a pergunta que faço a todos nós amazonenses, é: com mais de 53 anos da criação do PIM, por que não temos outra matriz econômica que possa nos auxiliar na geração de empregos? Tenho 46 anos, sempre ouvi a importância na preservação da natureza, (e isso é louvável e apoio de coração, pois amo demais a minha terra), porém eu faço outra pergunta: o porquê que não encontramos uma forma de “explorar nossas riquezas sem as destruir”?