RUPRESTE

Estiagem dos rios do Amazonas faz reaparecer gravuras nas pedras milenares

As “caretas’ nas rochas estão reaparecendo à medida que o nível dos rios desce


As gravuras em forma de rostos humanos submersas nas paredes rochosas do sítio arqueológico e geológico das Lajes, à margem do Rio Negro, em Manaus, voltaram a aparecer. As figuras ou petróglifos, como também são chamadas por arqueólogos, têm entre 1.000 a 2.000 anos e estão localizadas na região do Encontro das Águas, a última vez em que elas ficaram visíveis foi na seca de 2010, considerada até então a mais forte que foi superada nesta segunda feira quando a cota do Rio Negro atingiu 13m59.

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O sítio das Lajes foi o primeiro de Manaus a ser registrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e é um dos mais degradados. Ele abrange uma área que inclui encostas de terra preta, fragmentos cerâmicos e urnas funerárias, além das gravuras. Grande parte, porém, desapareceu por ações humanas e obras sem salvaguarda suficiente.

Outro bloco rochoso destas gravuras ainda está debaixo d´água, mas deve aparecer nos próximos dias, caso o Rio Negro continue baixando. Além das gravuras que reproduzem rostos humanos, também são encontrados, na parte de cima do pedral, imagens de animais e representações das águas, além de cortes nas rochas que mostram resultados de oficinas líticas – significando que as ferramentas para as gravuras eram confeccionadas ali mesmo.