ECONOMIA

Petrobras anuncia redução de R$0,40 para a gasolina e R$0,44 para o diesel

A estatal define que essa medida vai trazer mais flexibilidade para que a autarquia possa praticar preços mais competitivos.


Após o anuncio da mudança da Petrobras da substituição da política de preços dos combustíveis que atualmente trabalha através da variação cambial do preço do óleo bruto vendido no mercado mundial, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, anunciou nesta terça-feira (16) a redução do preço do litro da gasolina e do diesel às distribuidoras a partir desta quarta-feira (17).

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De acordo com a medida, o valor deve ter uma redução de R$0,40 para a gasolina e R$0,44 para o diesel. O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP – gás de cozinha) também terá uma redução no valor de R$8,97 por botijão. De acordo com Prates, a iniciativa tem objetivo de impactar positivamente o consumidor final.

“Estamos tentando colocar um impacto possível na bomba para o consumidor final. Caso todas as outras parcelas se mantenham fixas, esperamos que o preço da gasolina passe de R$ 5,49 o litro, em média, para R$ 5,20. O diesel S10, de R$ 5,87 para R$ 5,18”, disse aos jornalistas.

O botijão de gás de 13kg deve ter uma redução significativa, ficando abaixo de R$100 desde outubro de 2021. A Petrobras enviou comunicado à imprensa explicando

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Em comunicado enviado à imprensa, a Petrobras explicando o orçamento dos preços levando em conta as misturas obrigatórias de cada combustível.

“A redução do preço da Petrobras tem como objetivos principais a manutenção da competitividade dos preços da companhia frente às principais alternativas de suprimento dos seus clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos de refino em equilíbrio com os mercados nacional e internacional”, disse a empresa.

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  • Diesel S10 (composição: 88% diesel e 12% de biodiesel);
  • Gasolina tipo A (composição: 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro).

A (anterior) política de preços da Petrobras adotada durante o governo do presidente Michel Temer (MDB), indicava uma uniformidade entre os preços locais aos internacionais, o que refletia direta e automaticamente no mercado interno.

Entretanto, a estatal informou que “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da flutuação das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.

A “nova estratégia comercial” deve usar duas referências do mercado: o custo alternativo do cliente, como valor a ser priorizado na escolha do valor a ser cobrado, e o valor marginal para a Petrobras. Segundo a companhia, o custo alternativo do cliente contempla as principais alternativas de suprimento, sejam fornecedores dos mesmos produtos ou de produtos substitutos”.

A cobrança do valor marginal da empresa é baseada no “custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia dentre elas, produção, importação e exportação do referido produto e/ou dos petróleos utilizados no refino”.

A Petrobras assim define que essa medida vai trazer mais flexibilidade para que a autarquia possa praticar preços mais competitivos, “utilizando a vantagem de ter melhores condições de produção e logística”, disputando assim, o mercado com outras empresas que comercializam combustíveis no país, como distribuidores e importadores.

Segundo Jean Paul Prates, “não existe um dogma, um preço de referência para o Brasil todo. O próprio PPI é uma abstração. O mercado brasileiro é diferente, com vários múltiplos importadores”, declarou.

Porém, especialistas do mercado financeiro ainda tem dúvidas sobre a nova medida, pois é preciso entender melhor como funciona essa nova política, já que o petróleo é uma commodity cujo preço varia conforme o mercado internacional. Sobre a oferta de combustíveis no país, o Brasil importa 30% do diesel consumido, com a nova política existe uma possibilidade de um desalinhamento pode desestimular a compra do produto.