O ex-presidente e candidato à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma entrevista com jornalistas nesse domingo (23), afirmou que a “ação armada” empregada pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) contra agentes da Polícia Federal (PF), não pode ser considerado um comportamento “normal”. O petista relatou sobre o episódio recente envolvendo Jefferson, sobre os ataques do ex-parlamentar à ministra Carmén Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lula não quis aprofundar sua opinião sobre o assunto, pois não tinha posse de informações mais precisas, porém não perdeu a oportunidade de criticar o presidente Bolsonaro.
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“As ofensas que esse cidadão que eu prefiro não citar o nome fez da ministra Cármen Lúcia não é possível de ser aceita por ninguém que ama a democracia, que gosta da verdade e que respeita os outros. Não é possível. Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões que ele utilizou contra uma pessoa comum, muito menos contra uma pessoa que exerce o cargo de ministra da Suprema Corte”, disse Lula aos jornalistas.
“Eu não sei o que está acontecendo, pois as informações estão chegando truncada, mas me parece que a decisão era que ele fosse da prisão domiciliar para que voltasse para a prisão….é uma questão da Justiça, uma questão da polícia…Não sei o que ele falou. Não sei se está fazendo uma live e o que ele está falando. O que eu sei é que não é um comportamento adequado. Não é um comportamento normal”, completou o petista.
Sobre o episódio com o ex-deputado, Lula atribuiu o comportamento do ex-parlamentar ao presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). “Há 50 anos que nós disputamos eleições nesse país. A gente nunca viu uma aberração dessas, uma ofensa dessas. Essa é a relação que esse cidadão, que é o meu adversário, estabeleceu no país. Ou seja, ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news o dia inteiro”, disse o ex-presidente. Em nota a imprensa, Lula manifestou solidariedade aos policiais que tentaram prender Jefferson e foram recebidos a tiros.
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O petista também participou nessa domingo (23), de uma live com YouTubers, onde afirmou que o que está em jogo é uma disputa entre democracia e barbárie e criticou as notícias falsas disseminadas durante o período eleitoral. Lula também comparou o atual presidente com o Ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. Conforme Lula, Bolsonaro “é infinitamente pior” que o líder da Nicarágua, Daniel Ortega. Lula afirma que o atual chefe do executivo federal costuma usar o caráter ditatorial do governo de Ortega para associá-lo ao petista, que evita condenar ações antidemocráticas do Ditador latino-americano.
“A mensagem que eu gostaria de dar é que as pessoas entendessem que o que está em jogo no Brasil neste instante não é a disputa entre Lula e Bolsonaro, o que está em jogo neste instante é se esse País vai continuar fortalecendo a democracia ou se vai querer favorecer o autoritarismo”, declarou Lula durante a entrevista com os influenciadores Cauê Moura e Load, no YouTube.