Nesta quinta-feira (5), foi realizada a missa solene que encerrou o evento fúnebre do Papa emérito Bento XVI, que morreu no dia 31 de dezembro de 2022, aos 95 anos, em um mosteiro no Vaticano, onde vivia desde 2013. Milhares de fiéis esperaram duas horas na praça São Pedro para o último adeus ao pontífice. Cerca de 100 mil pessoas participaram do funeral, incluindo vários chefes de estado do mundo.
Foto: Vatican Media/Handout via REUTERS
O enterro do pontífice é uma cerimônia inédita na história moderna da igreja Católica pois, embora Bento XVI não estivesse à frente da Igreja Católica, seu funeral teve os mesmos ritos de um Papa reinante, com algumas modificações. Colocado no altar da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o caixão de madeira com o corpo de Joseph Ratzinger, sem ornamentos e com uma cópia dos Evangelhos sagrados, foi exposto diante da multidão que lotava o prédio.
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Durante o evento, o Papa Francisco chegou com o auxílio de uma cadeira de rodas para realizar o rito final da cerimônia. “Também nós, firmemente unidos às últimas palavras do Senhor e ao testemunho que marcou a sua vida, queremos, como comunidade eclesial, seguir as suas pegadas e confiar o nosso irmão às mãos do Pai. Que estas mãos misericordiosas encontrem a sua lâmpada acesa com o azeite do Evangelho, que ele difundiu e testemunhou durante a sua vida”, declarou o Papa.
Foto: Foto: Vatican Media/Handout via REUTERS
Ao final da Homilia das exéquias, (ritual da Igreja Católica destinado aos fiéis defuntos), o Papa Francisco declarou: “Bento, fiel amigo do Esposo, que a tua alegria seja perfeita escutando definitivamente e para sempre a sua voz!”.
Após o término da cerimônia, o caixão de Bento XVI foi transportado para o interior da Basílica de São Pedro, onde será enterrado na cripta onde descansou João Paulo II, pois em 2011, os restos mortais do pontífice anterior à Bento XVI, foram removidos para outro local devido a sua beatificação no mesmo ano.
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Legado
De acordo com especialistas, Bento XVI foi um Papa conservador, porém importante na renovação da Igreja Católica. “Foi um ilustre teólogo e um fino filósofo. Ele foi um dos papas que levaram a uma certa renovação da Igreja Católica. Muitas vezes suas passagens não eram compreendidas por uma mídia que não está preparada para receber essas mensagens, que algumas vezes foram distorcidas”, analisou o professor de relações internacionais, Carlos Cauti.
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O Professor também relembrou os motivos pelos quais Bento XVI renunciou. Ausência de forças para enfrentar escândalos em um momento difícil para a Igreja Católica, com o pedido de perdão por décadas de abusos sexuais de religiosos em vários países.