GEOPOLÍTICA

Finlândia se torna membro oficial da OTAN nesta terça-feira (4)

Segundo o secretário-geral da organização, com a adesão da Finlândia à Otan, a fronteira da aliança militar com a Rússia “dobra”.


A partir de dessa terça-feira (4), a Finlândia se tornará membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Desde a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o país declarava neutralidade diante do conflito. Entretanto, devido aos desdobramentos geopolíticos ocasionados pela guerra, o país aderiu ao bloco militar ocidental.

Continua depois da Publicidade

Segundo o chefe da aliança militar, Jens Stoltenberg, a bandeira do país será hasteada na sede desse bloco em Bruxelas, na Bélgica. “Amanhã (terça-feira) daremos as boas-vindas à Finlândia como 31º membro”, disse Stoltenberg, em entrevista coletiva, às vésperas de uma reunião ministerial que marcará a entrada do país nórdico na aliança transatlântica.

Conforme relato de um funcionário da instituição, o processo de adesão deste país nórdico foi o mais rápido na história moderna da Otan. Seu ingresso a aliança o tornará o 31º membro e o país ficará “mais seguro, e a Otan, mais forte”, disse o funcionário. A Finlândia foi oficializada como novo membro da OTAN em 15 de maio de 2022. O anúncio estabeleceu uma mudança contundente na política, que tem mais de 75 anos, de não alinhamento do país.

Segundo o secretário-geral da organização, com a adesão da Finlândia à Otan, a fronteira da aliança militar com a Rússia “dobra”. Na terça-feira, o representante da Finlândia deve entregar formalmente os documentos de adesão ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, cujo escritório é o guardião do tratado de fundação da aliança militar.

Continua depois da Publicidade

Durante a coletiva de imprensa, Stoltenberg afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia “com o claro objetivo de ter menos Otan. Mas ele receberá exatamente o oposto em troca”. Stoltenberg completou que a data de adesão da Finlândia “é realmente um dia histórico, um grande dia para a aliança”, disse.

Continua depois da Publicidade

 

Para o chefe da aliança militar, a entrada da Finlândia na Otan vai permitir a ampliação da segurança da área em torno do Mar Báltico, para proteção da Estônia, Letônia e Lituânia, que também fazem parte da Otan, sendo considerados alvos potenciais de agressão por parte dos russos.

A Finlândia possui cerca de 900 mil soldados, e consegue recrutar aproximadamente 300 mil homens, em tempos de guerra, o que é mais do que o poderio militar de muitas nações europeias mais populosas.

Ano passado, no contexto da invasão russa da Ucrânia, a Otan convidou formalmente a Finlândia e a Suécia, a aderirem à aliança transatlântica. A candidatura sueca ainda é alvo de veto por parte da Turquia, embora a posição esteja sendo disputada em intensas negociações. A Suécia, entretanto, terá que aguardar sua oportunidade para aderir formalmente à poderosa aliança militar do Atlântico Norte.

A Turquia rejeita a aprovação da Suécia no bloco militar, porque este país concede refúgio a líderes curdos e a suspeitos de participação no golpe de Estado frustrado de 2016. Porém, Stoltenberg acredita que a Suécia deve fazer parte do bloco.  “Tenho plena confiança de que a Suécia será um membro pleno (da Otan). É uma prioridade para a Otan garantir que isto aconteça o mais rápido possível”, afirmou.