A organização das freiras brasileiras do Instituto de “Las Hermanas Pobres de Jesucristo” anunciou, nesta segunda-feira (3), por meio de um comunicado, que a ordem religiosa irá continuar seu trabalho em El Salvador, depois de sete anos de trabalho religioso e humanitário realizado na Nicarágua. O anúncio foi feito após defensores dos direitos humanos e pessoas ligadas a instituições religiosas denunciarem que a polícia do país invadiu o local onde elas viviam.

Uma fonte da Igreja Católica informou à Rede de Notícias CNN Brasil que esse tipo de ação vem acontecendo devido ao governo não ter renovado os títulos de residência dos missionários estrangeiros. Questionado pela CNN sobre o ato contra os religiosos, o governo local ainda não deu uma resposta sobre o ocorrido.

A “Fraternidad Pobres de Jesucristo”, é um movimento que começou no Brasil, e está em vários países, com o papel de arrecadar e distribuir alimentos para suprir as necessidades básicas de grupos em situação de vulnerabilidade social. O grupo realiza trabalhos sociais na Nicarágua há pelo menos sete anos e, atualmente, vem enfrentando problemas junto ao governo do ditador, Daniel Ortega, que sustenta no país uma campanha contra a Igreja Católica.

Recentemente, Ortega disse que a Igreja Católica faz parte de uma rede de lavagem de dinheiro. A acusação proferida pelo ditador é apenas uma das e declarações e de ações feitas pelo regime Sandinista contra a Igreja. Esse ano houve o registro de fechamento de uma universidade na Arquidiocese de Manágua (Capital da Nicarágua), além da prisão de padres, e expulsão de freiras, além da suspensão das relações diplomáticas com o Vaticano.

Conforme o comunicado divulgado na página da instituição religiosa no Facebook, o grupo de freiras expressou gratidão pelos sete anos de missão no país e pela acolhida da Igreja e do povo. Elas agradeceram também a todos que contribuíram para ser possível a realização da missão de levar Cristo aos pobres, incluindo consagrados, leigos, jovens, benfeitores e amigos.

As freiras confirmaram que foram enviadas para uma nova missão em El Salvador. A CNN Brasil entrou em contato com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que informou não ter um posicionamento no momento. A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e a “Fraternidad Pobres de Jesucristo” também não quiseram declarar mais informações à Rede de notícias.