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Preso por 38 anos homem é declarado inocente por crime de assassinato nos EUA

Conforme a Califórnia State University, que hospeda o Los Angeles Innocence Project, a conclusão do teste de DNA descartou Hastings e apontou para Kenneth Packnett, que morreu em 2020 enquanto cumpria pena de prisão por sequestro e estupro.


O americano Maurice Hastings, 69, condenado à prisão perpétua pelo crime de roubo, homicídio e agressão sexual em 1983, foi declarado inocente por um juiz da Califórnia, nos Estados Unidos, durante uma audiência na quarta-feira (1º). O juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles, William C. Ryan, declarou formalmente que Hastings é inocente e cancelou sua prisão e o processo de seu registro criminal.

Foto: J Emilio Flores/AP

De acordo com um comunicado à imprensa do Los Angeles Innocence Project, Hastings foi liberto da prisão em outubro, depois que um exame de DNA identificou outro suspeito para o ataque de 1983. Ele cumpria prisão perpétua pelo crime, apesar de testemunhas apoiarem seu álibi durante o assassinato e nenhuma evidência física o ligou à cena do crime.

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O mais incrível da história de Maurice, a amostra de DNA oral coletada logo após o ataque foi finalmente testada em junho de 2022. Conforme a Califórnia State University, que hospeda o Los Angeles Innocence Project, a conclusão do teste de DNA descartou Hastings e apontou para Kenneth Packnett, que morreu em 2020 enquanto cumpria pena de prisão por sequestro e estupro.

Em entrevista coletiva, Maurice agradeceu a decisão favorável da justiça americana. “Significa muito. Sou grato pela decisão do juiz e pelas desculpas – tudo foi maravilhoso hoje”, disse Hastings durante entrevista coletiva após a decisão. “Estou pronto para seguir com minha vida. Eu sou um homem feliz agora.”

Durante a audiência, a promotora distrital adjunta, Martha Carrillo, disse a Hastings um “pedido de desculpas há muito esperado” em nome da promotoria distrital de Los Angeles. “Sinto muito, muito mesmo, pela injustiça, a grande injustiça, que meu escritório e o sistema de justiça criminal cometeram contra você. Há muito a ser aprendido com isso”, disse ela.

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“Sentimo-nos humildes com essa lição e vamos levá-la a sério. Sei que não basta dizer ‘sinto muito’ por 38 anos de prisão, percebo isso e sinto-me humilde”. A promotora disse também que se desculpou por não atender aos pedidos anteriores de Hastings para testes de DNA nas evidências.

Hastings havia escrito cartas para a promotoria distrital do condado de Los Angeles em 2000, pedindo-lhes que fizessem um teste de DNA, que, segundo ele, “mostraria de forma conclusiva que eu não era a pessoa envolvida com a morte no momento do crime,” disse na carta

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Após a entrevista coletiva, Hastings disse que o “desespero” se instalou quando ele enfrentou a possibilidade de passar a vida na prisão por um crime que não cometeu. “São muitos momentos de desesperança”, disse ele. “Muitos desafios. Mas você sabe, tudo vale a pena agora.” Hastings acrescentou que, “agora me sinto justificado.”

Agora, com seu registro limpo, Hastings declarou que pretende se concentrar em “aproveitar a vida.” Atualmente, ele está participando de um acampamento de empreendedorismo e realizando atividades com comunidades sem-teto. “Com o passar do tempo, procurarei fazer outras coisas que ajudem outras pessoas”, finalizou.