ECONOMIA VERDE

Cúpula dos Brics: Lula critica imposição do neoliberalismo nas transações financeiras globais

O assunto apresentado por Lula no Fórum na África do Sul, foi um dos principais temas discutidos na Cúpula da Amazônia, no início do mês em Belém-PA.


Em seu discurso no Fórum de empresários do Brics, o presidente Lula disse, nesta terça-feira (22) que não se pode aceitar barreiras comerciais e medidas discriminatórias no que ele chamou de “neoliberalismo verde”. O petista novamente defendeu que países, com florestas, devem ser recompensados por defenderem seus ecossistemas.

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“Não podemos aceitar um neocolonialismo verde que impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, sob o pretexto de proteger o meio ambiente”, disse.

O assunto apresentado por Lula no Fórum na África do Sul, foi um dos principais temas discutidos na Cúpula da Amazônia, no início do mês em Belém-PA. Na ocasião, os países que detêm a maior floresta tropical do planeta, cobram dos países ricos a quantia de US$100 bilhões para a proteção ambiental.

“Compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade. Temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação. Os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados de forma justa e equitativa”.

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Na ocasião, Lula também defendeu a criação de uma moeda única como método de pagamento de transações comerciais diferentes do dólar. “Por essa razão defendo a ideia de adoção de uma unidade de conta de referência para o comércio, que não substituirá nossas moedas nacionais”, disse.

O petista também defendeu ser preciso o Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics (NDB) negocie transações bancárias, em moedas locais no comércio exterior. O Banco é administrado pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT).

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“Nosso banco conjunto deve ser um líder global no financiamento de projetos que abordem os desafios mais urgentes de nosso tempo. Ao diversificar fontes de pagamento em moedas locais, expandir sua rede de parceiros e ampliar seus membros, o NDB constitui uma plataforma estratégica para promover a cooperação entre países em desenvolvimento”.

Lula também defendeu uma maior participação da África nas negociações internacionais com o Brasil. “É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase 30 bilhões de dólares. O fluxo comercial com a África ainda corresponde a apenas 3.5% do comércio exterior do Brasil”, declarou.