Invasão Funai

Indígenas invadem sede da Funai em Manaus em protesto contra possíveis maus tratos

O Cacique Meuquídes Ventura Neto, da etnia Kambeba, de São Paulo de Olivença, declarou que a atual gestão da instituição no Amazonas destrata os indígenas, com entrega de cestas básicas com alimentos vencidos e ofensas, principalmente com as mulheres.


Indígenas de várias etnias invadiram, na manhã desta quarta-feira (23), a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Amazonas, localizado no Bairro Adrianópolis, Zona Sul de Manaus. O trânsito na Avenida Maceió, via que passa em frente ao imóvel, chegou a ser bloqueado, pela polícia a fim de garantir a segurança de quem passava pelo local. As denúncias indicam que, além de estarem recebendo os produtos alimentícios vencidos, os indígenas ainda são maltratados quando vão na sede da Funai.

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O Cacique Meuquídes Ventura Neto, da etnia Kambeba, de São Paulo de Olivença, declarou que a atual gestão da instituição no Amazonas destrata os indígenas, com entrega de cestas básicas com alimentos vencidos e ofensas, usando palavras de baixo calão, principalmente com as mulheres.

O líder indígena acusou também o funcionário da Funai, Márcio Rojanio da Ponte Sales, de não dar uma melhor assistência aos índios. Conforme informações dos manifestantes, o funcionário não tem origem nativa, sendo que os índios não aceitam que Rojanio os represente e por isso eles pedem que o representante peça exoneração do cargo.

“Viemos reivindicar os direitos de receber alimentos com prazo dentro da validade. Tivemos o apoio da polícia para isso. Nós não somos animais para estarmos comendo alimentos vencidos”, disse o Cacique.

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Policiais militares da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) foram acionados para acompanhar a movimentação do lado de fora do prédio da Funai. O trânsito foi interditado no local, porém o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), controlou o trânsito nas localidades, sendo que o tráfego na Avenida Maceió já foi normalizado.

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Após negociações com a participação da COE (grupo especializado da Polícia Militar em Operações Especiais) e os próprios funcionários da autarquia, os indígenas encerraram o protesto contra a atual gestão da Funai em Manaus, porém o grupo pediu a substituição da atual presidência da instituição federal. Diante dos protestos, a direção da Funai em Manaus ainda não divulgou um pronunciamento sobre o caso.