POLÊMICA MILITAR

Atual comandante do Exército declara em áudio que vitória de Lula foi “indesejada” pelos militares

Em outro momento do áudio, Paiva diz considerar que o país passa por um “terremoto político”, entretanto o Exército deve se manter íntegro e respeitoso.


O comandante do exército brasileiro, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, está envolvido em uma polêmica após o vazamento de um áudio onde o comandante disse que “infelizmente” o resultado da eleição presidencial não foi o que a maioria dos militares queria. A declaração causou controvérsia, devido à palavra “indesejada”. A fala foi durante apresentação a oficiais generais, comandantes, coronéis, tenentes-coronéis e majores em 20 de janeiro e divulgada pelo podcast “Roteirices”.

Continua depois da Publicidade

“Infelizmente, foi o resultado que a maioria de nós, para a maioria de nós foi indesejado, mas aconteceu”, diz aos interlocutores. No áudio, é possível ouvir o general pedindo que ninguém grave a conversa. “Não interessa quem está no comando. A gente vai cumprir a missão do mesmo jeito”, disse o general.

Em outro momento do áudio, Paiva diz considerar que o país passa por um “terremoto político”, entretanto o Exército deve se manter íntegro e respeitoso: “o que tiver de turbilhão, de terremoto, de tsunami, nós vamos continuar respeitosos, e garantindo a nossa democracia”.

Tomás Paiva ainda diz que não foram encontrados indícios de irregularidades nas eleições, porém admite também que possam ter ocorrido. “Não dá para falar com certeza que houve irregularidades. Agora, o processo pode ter falhas que têm de ser apuradas, falhas graves. Mas não dá para falar com certeza que houve irregularidades,” declarou.

Continua depois da Publicidade

O general assumiu o comando do Exército brasileiro no dia 7 de fevereiro desse ano, em razão da demissão de Júlio César Arruda. O antecessor deixou o cargo depois dos atos extremistas ocorridos no dia 8 de janeiro. Em defesa do comandante da força militar, generais disseram que a fala foi tirada de contexto. Ele foi considerado por Lula um “legalista”, alguém que sabe “cumprir aquilo que está definido na Constituição para as Forças Armadas,” finalizam.